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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Expedição “Rios Voadores” – a “surfar” as correntes aéreas

Este projecto consiste em voar com um avião monomotor e colectar vapor de água. No seu avião, Gerard Moss (engenheiro e explorador francês naturalizado brasileiro) armazena a humidade usando tubos de 40 centímetros arrefecidos a 70 graus negativos. Numa temperatura tão baixa, qualquer vapor que entra no tubo transforma-se, imediatamente, em água. As gotas são então armazenadas para a análise em laboratório.
Para isso, vamos rever o fenómeno dos Rios Voadores de uma forma simples:



Numa primeira etapa, os objectivos passaram por caracterizar a origem do vapor de água, das chuvas e dos rios nas regiões banhadas pelos Rios voadores, a avaliação da qualidade das águas brasileiras mas também a quantidade de precipitação no resto do país.

Numa
segunda fase o projecto procurou revelar à população dos grandes centros urbanos a importância de uma verdadeira nascente para os recursos hídricos brasileiros mas também consciencializar e valorizar a preservação da Amazónia como solução para as actividades económicas do país e consequências da sua desflorestação assim como nas mudanças climáticas.
O projecto constatou que a Amazónia, mais de metade das florestas tropicais da Terra, suaviza o aquecimento do ar pois retém cerca de 40% da radiação solar incidente para a evaporação da água. Então, quanto menor quantidade de árvores, mais raios solares aquecerão o ar.
Por outro lado, a floresta distribui melhor a humidade do ar ao longo do ano porque em dias com baixa quantidade de vapor de água as suas raízes profundas absorvem água subterrânea e mantêm os seus níveis de transpiração. Deste modo, as árvores amazónicas garantem a
continuidade e ciclicidade do fenómeno dos rios voadores.
Após a evapotranspiração (perda de água do solo por evaporação e a perda de água da planta por transpiração) faz com que a água se acumule na atmosfera sob a forma de nuvens para depois precipitar. Assim sendo, a floresta deve o seu carácter húmido e com elevadas taxas de precipitação devido, em parte, a todo este processo.
Por último, é de salientar que a degradação desta floresta aumentará a ocorrência de eventos extremos tais como grandes tempestades e fortes secas. Com este exemplo concreto podemos perceber quão drástica poderá ser a acção do Homem (neste caso a desflorestação) no equilíbrio e harmonia da natureza.